
“Sonhos perdidos,
Perdidos, nas névoas da desilusão…
Tenho pedaços de água no olhar...
De sonhos desfeitos em nada
Caminho com os
Cabelos em desalinho
Onde brilham em torvelinho,
Pérolas de pranto ao luar....
Olhos tristes de quem sofreu
Na vida, tormentos mil
Silêncios a quem doeu,
Uma vida que já morreu,
Ainda por começar...
Olhos castanhos de tristeza,
P’las cartas d’amor que nunca me escreveste…
Escrevi-as eu para ti,
Mas será que as leste?
Leste que eu sei…
Vi no teu olhar meigo de menina doce que és.
Porque nunca me escreveste nenhuma carta de amor minha linda dama?
Porque nunca disseste que gostavas do meu trabalho?
Porque nunca leste os meus livros?
E nunca me defendeste?
Amei-te tanto….
Ainda te amo…
E choro….
Choro porque vivo de sonhos,
E os sonhos morrem
Quando deixam de ser sonhados.
E tenho ciúmes do mundo
Porque sorri e eu choro.
E tenho ciúmes daqueles que conseguem.
Sei que sou capaz, mas os Deuses travam-me,
A mim, pequeno pecador…
E embalado nos braços fortes
De uma recordação triste,
Vou tropeçando em pedaços
Vazios de um coração partido...
Sonha, menina triste,
Limpa as lágrimas, sorri
Também eu vivi morrendo
E morri, vivendo em ti...”
Adaptado de Pablo Neruda
Da para sempre vossa
~~~~> Poetisa Das Trevas
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